POR QUE A BARRIGA CRESCE NA MENOPAUSA?
- Pablo Melo
- 24 de out.
- 3 min de leitura

Você já reparou que, com o passar dos anos, o corpo muda de forma? Mulheres que antes engordavam mais em quadris e coxas, de repente passam a acumular gordura na parte superior do corpo — principalmente no abdômen.
Esse fenômeno tem nome, causa e solução. Vamos entender?O papel do estradiol na forma do corpo
O estradiol é um dos três tipos de estrogênio — junto com a estrona e o estriol.
Ele é fundamental para a distribuição de gordura corporal, especialmente em regiões como bumbum e pernas.
Enquanto o estradiol está em níveis normais, o corpo feminino tende a armazenar gordura de forma mais periférica, o que dá aquela silhueta estrogênica clássica: cintura marcada, quadril acentuado e coxas mais cheias.
Mas quando ele começa a cair — o que acontece no climatério e na menopausa — o corpo muda de estratégia: a gordura migra para a parte superior do corpo, especialmente abdômen, costas e braços.
A queda hormonal e o acúmulo de gordura visceral
O estradiol tem uma ação chamada antilipolítica — ele ajuda a queimar gordura e a evitar que ela se acumule em locais perigosos.
Com sua queda, o metabolismo sofre, a gordura passa a se acumular na região visceral (dentro da cavidade abdominal) e o abdômen fica dilatado.
Essa gordura, além de estética, é metabolicamente perigosa, aumentando o risco de:
Resistência à insulina
Doenças cardiovasculares
Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas
Por isso, a menopausa não é apenas uma fase estética — é um marco metabólico.
Cérebro e estradiol: uma conexão poderosa
Uma médica americana ficou mundialmente conhecida ao lançar livros sobre o tema “O cérebro na menopausa” (Brain Menopause).
Ela demonstrou o que a ciência já sabia há décadas: a falta de hormônios, especialmente o estradiol, afeta diretamente a saúde cerebral.
Mulheres que não fazem reposição hormonal têm maior chance de apresentar esquecimentos, lapsos de memória e até quadros de depressão e ansiedade.
Isso porque o estradiol também atua como neuroprotetor, ajudando a prevenir doenças como o Alzheimer.
Sinais que o corpo dá — e que você pode observar
O corpo fala, e de forma muito clara.
Alguns sinais simples ajudam a identificar o impacto da queda hormonal:
Vasinhos nas pernas: indicam circulação comprometida — e se está ruim nas pernas, está ruim no corpo todo.
Esquecimentos frequentes: primeiro sinal de impacto cerebral hormonal.
Barriga alta e rígida: acúmulo de gordura visceral, típico da menopausa.
Essas alterações são didáticas para o médico e para a paciente. Quando a mulher entende a lógica, ela se torna protagonista do próprio tratamento.
O estriol e as infecções de repetição
Outro tipo de estrogênio, o estriol, está mais ligado à saúde urogenital.
Quando ele cai, é comum o aparecimento de infecções urinárias e candidíase de repetição, sintomas muito frequentes no período menopausal.
Por isso, um tratamento completo deve considerar todos os hormônios, e não apenas o estradiol isolado.
O raciocínio clínico simples — e poderoso
A mulher com “estômago alto”, costas mais largas e aquela sensação de inchaço abdominal está mostrando exatamente o que está acontecendo internamente: queda de estradiol e aumento de gordura visceral.
E aqui vai um raciocínio simples que todo médico pode usar com sua paciente:
“Olhe para seu corpo: se a circulação está ruim nas pernas, também está ruim no coração e no cérebro.”
Educar a paciente com lógica simples e linguagem acessível é a melhor forma de criar adesão e compreensão — e ninguém tira isso de você.
Conclusão
A barriga da menopausa não é apenas uma questão estética.
Ela é um marcador de desequilíbrio hormonal e metabólico que pode (e deve) ser tratado.
Reposição hormonal bem feita não é apenas para emagrecer, mas para manter o emagrecimento, preservar o cérebro e proteger o corpo inteiro.
E o primeiro passo é entender o que o corpo está tentando dizer.
Clique nesse link e tenha acesso ao meu novo livro VENCENDO A MENOPAUSA, e descubra como o estradiol e outros hormônios podem impactar em você mulher.







